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A Pandemia dos Conflitos em Condomínio

  • Foto do escritor: Renata M.
    Renata M.
  • 24 de out.
  • 2 min de leitura
Debate

Recentemente, uma reportagem trouxe à tona algo que muitos já sentem no dia a dia, mas poucos veem com clareza estatística: o número de casos de lesão corporal em condomínios em São Paulo aumentou 246% nos últimos cinco anos, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública. Casos de agressão — física, verbal ou emocional — entre vizinhos, porteiros e moradores estão cada vez mais comuns.


Para uma administradora de condomínios séria, isso representa mais do que uma estatística: é um chamado à ação. Como facilitadora, mediadora e apoiadora de síndicos, colaboradores, prestadores de serviço e condôminos, podemos ter um papel estratégico na prevenção e na gestão desses conflitos. Abaixo, algumas reflexões e propostas:


1. Entendendo o cenário: causas e riscos


Alguns fatores contribuem para a escalada de conflitos em condomínios:

  • Proximidade forçada: mais pessoas morando “coladas” em espaços compartilhados, com menos privacidade, aumenta a chance de atrito.

  • Fragilidade na comunicação e na gestão de reclamações: atrasos, ambiguidades ou falhas na resolução de problemas (barulho, lixo, áreas comuns) alimentam ressentimentos.

  • Falta de cultura de viver em coletividade: muitos moradores não têm clareza sobre seus direitos e deveres nem sobre regras de convivência.

  • Escalada emocional e impaciência: pequenas tensões acumuladas podem explodir em atos agressivos.

  • Fadiga psicológica / estresse cotidiano: crises pessoais externas (financeiras, familiares, saúde) podem tornar mais difícil tolerar incômodos.

  • Déficit de mediação: em muitos casos, não há alguém para intervir de maneira neutra e eficaz antes que o conflito se agrave.

O risco para o condomínio todo é elevado: além do dano à integridade física e emocional dos envolvidos, há desgaste na imagem do empreendimento, insegurança percebida, maior rotatividade de moradores, desgaste administrativo e possibilidade de responsabilização legal (por omissão, por exemplo).


2. O compromisso: papel e responsabilidades da administradora


Mais do que cuidar das finanças e da burocracia, a administradora tem a responsabilidade de promover um ambiente de convivência saudável e equilibrado. Isso começa pela forma como conduz os processos, orienta o síndico e acolhe as demandas de moradores e funcionários.


Uma administradora comprometida não se limita a registrar reclamações ou aplicar penalidades — ela busca compreender o que está por trás dos conflitos, atuando como ponte entre as partes e guardiã do diálogo. É através dessa postura que se evita a escalada de tensões e se preserva a harmonia do coletivo.


A confiança nasce justamente dessa presença ativa: de uma gestão que se mostra humana, disponível e coerente nas decisões. Ser administradora, nesse contexto, é entender que cada ocorrência é também uma oportunidade de construir cultura condominial, fortalecendo o senso de comunidade e o respeito mútuo.


Convivência: um compromisso de todos


Síndicos, moradores, funcionários e prestadores de serviço compartilham o mesmo espaço — e também a responsabilidade de torná-lo mais leve. A convivência não depende apenas de regras, mas de atitudes: saber ouvir, ter paciência, compreender limites e reconhecer que o coletivo exige renúncias e cooperação.


Como administradora, acreditamos que o verdadeiro sucesso de um condomínio não está apenas no equilíbrio das contas, mas na capacidade de seus moradores viverem bem juntos. E é por isso que seguimos reforçando o diálogo, a transparência e o cuidado como pilares de uma boa gestão. ■


Reportagem: Leia Aqui

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