A individualização do consumo de água em condomínios é uma prática crescente, impulsionada pela necessidade de equidade na distribuição de custos e pelo estímulo ao uso consciente desse recurso. Este artigo nossa Administradora, Renata Mellem Avante, explora os benefícios, rateio dos custos e o incentivo à moderação no consumo. Também discute os desafios associados à definição do formato de cobrança, apresentando diferentes modelos e suas implicações.
Nos últimos anos, a individualização do consumo de água em condomínios tem se tornado uma prática cada vez mais comum e necessária. Esse movimento não apenas promove a equidade entre os moradores, mas também incentiva o uso consciente desse recurso vital e contribui para a redução do desperdício. Tal individualização se tornou comum posterior que o Ex-Presidente Michel Temer sancionou a lei 13.312 em 2016 que tornou obrigatório a entrega dos edifícios prontos para a medição individual de água.
A individualização da água em condomínios consiste na instalação de hidrômetros individuais em cada unidade residencial, permitindo que o consumo seja medido de forma precisa e atribuído a cada morador. Isso representa uma mudança significativa em relação ao modelo tradicional, no qual o consumo de água é rateado igualmente entre todos os condôminos, independentemente do seu uso real.
Um dos principais benefícios da individualização da água é a justiça na cobrança. Com essa prática, cada morador é responsável apenas pelo seu próprio consumo, o que elimina as desigualdades de cobrança em reflexo dos hábitos de uso. Dessa forma, aqueles que consomem menos não precisam mais subsidiar os excessos dos demais, promovendo uma distribuição mais equitativa dos custos.
Além disso, a individualização da água incentiva a conscientização sobre o consumo responsável. Quando os moradores sabem que estão sendo diretamente responsabilizados pelo seu uso de água, tendem a adotar medidas para reduzir o desperdício e otimizar o uso
desse recurso tão precioso. Isso pode incluir desde a correção de vazamentos até a adoção de práticas mais eficientes de irrigação e higiene pessoal.
No entanto, a transição para a individualização da água também apresenta desafios, especialmente no que diz respeito ao formato de cobrança. É necessário estabelecer um sistema justo e transparente que leve em consideração não apenas o volume de água consumido, mas também outros fatores, como a taxa de esgoto e eventuais custos de manutenção dos hidrômetros, entre outros.
Do formato da Cobrança:
Existem diferentes formatos de cobrança que podem ser aplicados quando se implementa a medição individual de água em condomínios. Abaixo, apresento alguns dos modelos mais comuns:
1. Tarifa Fixa por Unidade Habitacional: Nesse modelo, cada unidade residencial paga
uma taxa fixa mensal pela água, independentemente do seu consumo real. Essa taxa pode ser estabelecida com base em critérios como o tamanho da unidade ou o número de moradores. Esse formato oferece previsibilidade nos gastos, mas pode não ser totalmente equitativo, já que não leva em consideração as diferenças individuais de consumo.
2. Tarifa Variável por Consumo: Neste modelo, cada unidade é cobrada com base no seu consumo real de água, medido pelo hidrômetro individual. O preço por metro cúbico de água pode ser fixo ou variar de acordo com faixas de consumo, com tarifas progressivas para incentivar a moderação no uso. Esse formato promove a equidade, pois cada morador paga de acordo com o seu consumo efetivo.
3. Tarifa Mista ou Combinada: Esta abordagem combina elementos dos modelos de tarifa fixa e variável. Geralmente, uma parte da conta é composta por uma taxa fixa, que cobre custos fixos como manutenção do sistema de água e leitura dos hidrômetros, enquanto a outra parte é variável e corresponde ao consumo real de água de cada unidade. Essa combinação oferece uma certa estabilidade nos custos, ao mesmo tempo em que incentiva a economia de água.
A escolha do formato de cobrança depende das necessidades e características específicas de cada condomínio, bem como dos objetivos desejados em termos de equidade na distribuição dos custos e incentivo ao uso consciente da água. É importante que a decisão seja tomada levando em consideração o consenso dos moradores e buscando encontrar um equilíbrio entre previsibilidade nos gastos e justiça na distribuição dos custos.
Em conclusão, a individualização da água em condomínios é uma prática que beneficia tanto os moradores quanto o meio ambiente. Ao promover a equidade na cobrança e incentivar o uso responsável da água, ela contribui para a sustentabilidade dos recursos hídricos e para a promoção de comunidades mais conscientes e solidárias. Para o método de cobrança, sempre aconselho aos cliente da Élis Administradora de Condomínios, sendo Incorporadoras ou Síndicos, sua aprovação em Primeira Assembleia de Implantação do Condomínio. Assim, todos os interessados tomaram a decisão do que consideram justo no formato e layout de cobrança. ■
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Atenção: Mudança Legislação em Junho/2024 - Vide:
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